quinta-feira, 8 de outubro de 2015
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o pudor, correndo séculos a fio sobre corpos de incertezas, abafado quente, transparecido em um semblante frio e apático, gastrite ardente corroendo ovários doentes. censura, silêncio, lençol luz apagada, cócegas vestidas de inocência.
o medo da vulva, do calor de pernas que se encostam distraidamente, auto-boicote. renúncia do tato, febre fria, dor.
espia rápido por detrás da venda de cetim vermelho, explode em desassossego, cruza as pernas, aperta o sexo, a umidade da roupa denuncia. desconhecer o próprio corpo, vetar desejo na compulsão alimentar, fechar os ouvidos para os segredos da pele, até quando o rubor? até quando o pênis de uma feiúra repulsiva, o clitóris, amorfo, e o cu, palavrão? direito à tpm, sim, à masturbação, não. quê querem, senão gozar lamúrias?
suor, saliva e sêmen, liquidos, fluxos quentes e humanos - talvez seja aí onde reside a causa: negar o que é demasiado humano. (postado originalmente em junho de 2011)
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dia desses, comecei a ouvir um zunido insistente no meu ouvido e pensei que fosse a loucura chegando. comecei a procurar abelhas, moscas pela sala e não encontrei nada. também não era definitivamente a construção ao lado, então só poderia estar em mim. comecei a procurar as moscas e as abelhas no meu cabelo, e já tinha quase certeza de que aquela cena era a loucura que já havia chegado. então eu começaria assim, pela alucinação auditiva em um dia de semana. sem alucinógenos, desilusões ou algum trauma fatal, a minha loucura chegaria como uma visita inconveniente, um carteiro, uma tempestade de verão. sentei reta no sofá, e comecei a esperar pela primeira alucinação, por revelações, profecias, arranjos inteiros da mais pura música erudita, monstros com a voz dos meus familiares, o jim morrison. mas nada, nem formigamento. aí o zunido parou, e depois voltou. e depois, e depois, e depois e eu procurava incessantemente por insetos na minha cabeça, na minha roupa. aí eu comecei a pensar que aquele papo todo da minha mãe dizendo que eu era uma criança meio estranha tava fazendo sentido, de que a minha psicose era coisa de tempo. quando já estava me sentindo meio no direito de andar procurando insetos nos cabelos e falando o que eu quiser, senti um arrepio no pescoço, e era uma daquelas abelhinhas que grudam e fazem barulho. levei minha psicose latente pra janela, num misto de desapontamento e de alívio por ser só mais uma neurótica, pensando que, caso ficasse louca um dia, começaria por delírios de grandeza e de petulância.
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