Não sem dor,

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Não sem fuga, assumimos humanidade. Assumimos a criança má e ingênua que toma corpo apenas quando, cansados, enfiamos a cabeça no travesseiro rezando pro sono chegar logo. E que quando chega (se chega), nos mostra um país que imaginamos embriagados - seja de vinho, poesia ou de delírios com o divino. Em sobriedade, sozinhos, os véus sagrados caem no infinito, no infinito do estômago e do sexo. Negamos a carne humana, aceitamos a carne apática da vaca. As duas, sodomizáveis. Nega-se a carne, normatiza-se o genocídio. Aceitar o vilão, acoplá-lo à nossa angelical androgenia forçada, sob o signo de mentiras que são civilizatórias, dói, soa à epílogo. E a fantasia, quem criou?