domingo, 28 de abril de 2013

-sentada na patente, olhei para o ralo e notei que vários fios dos meus cabelos se agarravam pela sua tampa. "que nojo, será que é falta de vitamina, será que é sinal de preocupação, ser adulto é começar a perder uma das primeiras coisas que cresceram em você, como uma metáfora da inocência?"
mas, talvez seja apenas o topo da minha cabeça tomando a iniciativa de começar uma viagem por túneis escuros e esparsos.

redação

quarta-feira, 17 de abril de 2013

 

joãozinho era um menino diferente, sempre gostou de contar números e histórias, aí o marcão foi lá e disse você é um mané, seu cedê éfe, aí todo mundo riu porque tinha medo de apanhar se não achava graça, aí joãozinho achou que ser legal e ter amigos era passar lanche e lição de matemática todo dia, daí passava o intervalo na sala adiantando lição pra passar pros amigos enquanto todo mundo jogava bola.
um dia, não teve lição aí o joãozinho foi jogar bola mas só podia jogar goleiro, e o marcão que era bem forte deu com a bola de propósito bem na cara dele, que entortou o nariz. aí deve ser por isso que agora o joãozinho só usa o cabelo todo puxado na cara de lado, meio que pra esconder que ele só podia ser goleiro e fazer lição na hora do intervalo, acho que o joãozinho já nasceu meio assim, de lado. eu queria ser amigo dele, mas eu sento na frente.

 

todos já sabemos minimamente: estamos alienados, formatados, arruinados. eu-que-na-ruína-nado... mas um peixe nunca morre afogado.
no fundo dos corredores de corais, uma voz cínica boceja: -salve mundo metal!, à direita, o absurdo do senado; à esquerda, o escândalo da monocultura; corredor dos fundos, a relação entre a monogamia e a monocultura diante da heteronormatividade na contemporaneidade, em tecnologia 3-D; o ingresso é qualquer livro com a o adjetivo 'líquido' no nome da capa, afinal estamos num aquário, sejam rápidos, nosso aquário se autodestruirá em 24 horas! aguardem novidades após nossa próxima regeneração!