Do que dói, ou – Ora, Dr. Jekyll!

quarta-feira, 13 de junho de 2012

 

As bifurcações doem. Túnel estreito e espinhoso, por onde nos esgueiramos ofegantes, procurando no final não o ouro, mas sim um vale encantado. Só pude encontrar desvios, escolhas, invariabilidade apenas de desencontro com antigos vínculos já pontiagudos, afundando impiedosamente na carne.

Máscara neutra, ou de couro molhado?

Pentear os cabelos com pentes de osso em frente ao espelho, ou a uma ripa de madeira? Engolir interditos, transpirar não-ditos, involuções que nos deixam com a sensação de um estupro que procura ventosas para seu gozo viscoso. Ventosas inúmeras, bifurcadas, enigmáticas, e aqui eu falo de vingança e transcendência. Em palavras polidas. E retraídas, tímidas, engolidas, cuspidas apenas algumas vogais tolas e sem linguagem. E não é sobre psicanálise, não é sobre códigos inapreensíveis. É sobre o estupor que me faz, mecânica, ranger entre dentes metálicos (im)possibilidades afetivas. É sobre plumas e tafetás escondendo a Crueldade que, de tão presa na gaiola, circula desajeitada e atrofiada por onde passa.

Finalmente, é sobre densidade.