terça-feira, 12 de julho de 2011
para carol toffanelli
Par de brincos na cabeceira, ingressos de cinema, cinzeiro, garrafa. Despertador agudo, palpitante insistência.
Como toda criança que sonha, não quer acordar. Não antes de perder o nariz em terras fantásticas. Andar de mobilete em ruas bonitas. Farrear nas vias douradas, coloridas. Lambretar por aí.
Beijar, delicado e lascivo as pernas da Primavera. Depois, morder com virilidade a nudez do Outono. Que Sono!
Não Acorda. Fica assim, de bruços e quente, olhos fechados. Recusa a violência: escolhe o não ser.
Perpetua o amor fanático nas terras fantásticas. Visita teu amor arqueolólico. Contempla o asfalto rachado, a espera da última flor.
Toma um trago se preciso. Neon do bom, noite de luar.
Dança com os espectros em frente ao espelho, com as faces avermelhadas, aveludadas. Jovem Dorian corrompido, agora. Flutuante em preguiçosa malícia.
Depois, chora consigo baixinho que é pra ninguém ouvir!
Por Florence E. Manoel
1 comentários:
Anda inspirando, hein? E bonito.
Um beijo.
Postar um comentário