sexta-feira, 13 de maio de 2011

Só o acaso pode nos parecer uma mensagem. Aquilo que acontece por necessidade, aquilo que é esperado e se repete cotidianamente é coisa muda apenas. Somente o acaso tem voz. Tenta-se ler no acaso como as ciganas lêem no fundo de uma xícara os desenhos deixados pela borra do café. (M. Kundera)

quê quer o acaso, violento, quando nos leva para a direção da qual fugimos? foice em punho, corto, arranco, mas sempre há uma raiz que se esconde e cresce forte e desafiadora, se enrola pelos meus pés, faz um laço na garganta; me deixa ver, me deixa ver, e as folhas, palmeiras, me tapam a visão, raio de luz ofuscando qualquer sentido, que, do mais, só é sentido. e só. ou o pó?, um espirro virulento, o estardalhaço desesperado a fim de negar a sina com afinco (cínico)? corre em desenfreio, a força da lua faz a maré voltar, alta, e nós não somos sem o pó que se evola em um grão de areia. dupla de seis em cada esquina, o relógio corre em círculos, lua cheia, o tempo gira, gira, um seis em cada esquina.

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