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domingo, 11 de outubro de 2009

mas, repare - respondeu, jocosa, a borboleta - é tudo tão bonito quando se vê bem de perto!
e fitou o beija-flor nos olhos, de um jeito que o deixou zonzo.
-pois olhe você, pra esse infinito de cores e quedas...
o orvalho que goteja de manhã, a maquiagem amanhecida da bailarina, a alegria,
o ciúme, a ousadia. até a tristeza é bonita.
o rosto marcado pelas batalhas, os ombros insistentemente eretos, os olhos fundos beija-flor...
...de dor, beija-flor. eu trocaria,
um milhão de vezes mais,
o imortal por essa imperfeição que pulsa na simetria.
- você diz isso, querida, porque dá o fora antes da fonte secar.

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