sobre a toca da raposa

sábado, 29 de outubro de 2011

Longe da turbulência cotidiana, o estupor de uma noite abafada sentencia: restos da lembrança de um janeiro sem chuvas, ranço amanteigado de lágrimas que inflavam-me impiedosamente os rins. Acabrunha-se agora, tímido, o cinismo de novembro: a despedida da primavera, flores murchas e rancorosas que há meses teimam seu lugar, invejosas do suco que escorre dos pêssegos que passeiam pelas bocas febris, habitadas pelo insulto e pelo escárnio.

- Dr. Jekyll – chamo em desafio frente ao espelho – qual era a metáfora do monstro?

Exercício de escárnio, escolho novas correntes, tecidas delicadamente de rendas e tafetá, acolchoadas em meus pulsos inquietos e descompassados – cativos, expressão máxima da liberdade de aprisionar-se pelo preço da incerteza oracular. Corrida com os seios e o sexo expostos, extermínio da espera: escusa-me pai, mas o leite secou e não há lugar algum para voltar.

3 comentários:

Lô. disse...

=0

Lô. disse...

Passados uns dias...meu comentário anterior continua: =0

sem decifração, na minha opinião, esse texto aí.

Tais G. Faraco disse...

Menina, era uma vez eu visitando seu blog. Nunca mais saí desde então. Te listei no meu, para o caso de um dia eu me esquecer desse verso do Cazuza.
www.lacronico.blogspot.com, só para o caso de você checar se aprova ou não seu blog no meu.