banalidades

domingo, 7 de fevereiro de 2010

- cara, eu tenho um sonho!
- olha só, hoje em dia isso é raro... me conta?
- eu reparto. é de creme, você gosta?
- mas...
- eu sei. é que amassou porque ficou na bolsa... te dou a parte com mais açúcar, tá?
- é que, ah...! tudo bem.
- olha, é o seguinte: o sonho é de padaria porque eu já não aguentava mais ter insônia. eu me apeguei ao concreto e agora eu durmo bem, economizo com livros ridículos de poetas virgens, e com cigarros. não é...
- ... triste. espera, o que é isso nos olhos? parece...
- ... maquiagem. já disse; concreto.
- pra mim isso tem outro signif...
- puta merda, eu posso, me diz, eu POS-SO tentar ter uma vida normal aqui?! você pode deixar de me assombrar, eu não quero ter que dizer que foi por... - e ela encheu sua boca com o doce, fechando espaço à qualquer verso rimado, abab, já prestes à denunciá-la.